

Onda de calor sufoca Europa com temperaturas recorde
Uma onda de calor escaldante atinge nesta segunda-feira (30) o sul da Europa, onde autoridades emitiram alertas para incêndios e cuidados com a saúde, advertindo que as temperaturas subirão mais uma vez.
Espanha, Portugal, Itália e França sofrem com uma onda de calor há dias, com temperaturas superando 40° C.
No sábado, a Espanha bateu um recorde desde o início dos registros: os termômetros marcaram 46º C em Granada, Andaluzia, recorde para o mês de junho segundo a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet).
O recorde anterior para o mesmo mês data de 1965, quando 45,2°C foram registrados em Sevilha, na mesma região.
Os espanhóis também não tiveram trégua no domingo, que foi "o 29 de junho mais quente na Espanha como um todo desde pelo menos 1950", segundo a Aemet.
Nesta segunda-feira, a agência meteorológica espanhola emitiu um alerta tanto para "temperaturas extremas" quanto para tempestades, como as que ocorreram no domingo em Portugal.
Os termômetros voltarão a marcar temperaturas máximas e mínimas nunca registradas para um mês de junho em várias partes da Península Ibérica nesta segunda-feira, segundo a Aemet.
Em Portugal, o termômetro atingiu 46,6° C em Mora, a cerca de 100 quilômetros a leste de Lisboa. Segundo a imprensa local, este é um recorde para um mês de junho, e o anterior também data de 60 anos.
O calor também afetou o mar Mediterrâneo, que teve sua temperatura de superfície mais quente já registrada para um mês de junho, a 26,01º C em média, segundo dados do programa europeu Copernicus analisados pela agência meteorológica francesa.
- Incêndios florestais e ondas de calor -
Enquanto isso, o Ministério da Saúde italiano declarou alerta vermelho para 17 cidades em todo o país, incluindo Roma, Milão, Florença e Verona.
"A Itália atravessa uma das ondas de calor mais fortes do verão", que também está se mostrando particularmente longa, disse à AFP o especialista Antonio Spano, fundador do site especializado ilmeteo.it.
Nas cidades, as ondas de calor causam aumentos ainda maiores nas temperaturas devido ao "efeito de ilha de calor urbano", explicou Emanuela Piervitali, pesquisadora do Instituto Italiano de Proteção e Pesquisa Ambiental (ISPRA).
Enquanto bombeiros combatiam incêndios florestais em diversas regiões, a imprensa italiana noticiou a morte de uma mulher de 77 anos no domingo por inalação de fumaça em Potenza, no sul do país.
Também em Portugal, o risco de incêndios está mais alto na maioria das áreas florestais, e cerca de 160 bombeiros ainda combatiam as chamas nesta segunda-feira, perto de Castelo Branco, no centro do país.
Na Turquia, mais de 50.000 pessoas de 41 localidades tiveram que ser retiradas devido aos incêndios florestais.
Na Espanha, após a morte de dois trabalhadores no fim de semana - provavelmente devido ao calor -, os sindicatos pediram às empresas que implementassem "medidas preventivas" para proteger a "saúde" de seus funcionários.
- "Nunca visto" -
Na França, Paris e 15 outros departamentos passarão ao nível mais alto de alerta na terça-feira, e outros 68 permanecerão em alerta laranja, o segundo mais elevado, com temperaturas possivelmente superiores a 40º C em alguns pontos: algo "nunca visto antes" no país, segundo a ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.
Cerca de 200 escolas públicas, de um total de 45.000, estarão total ou parcialmente fechadas nesta segunda, terça e quarta-feira devido ao calor.
Na Croácia, a maior parte da costa está em alerta vermelho devido aos termômetros acima dos cerca de 35º C, enquanto Montenegro enfrenta um risco de incêndio e a Sérvia registrou uma seca grave e extrema que afeta grande parte do país.
O Reino Unido também foi afetado por essa onda de calor no primeiro dia do torneio de tênis de Wimbledon. As autoridades britânicas declararam alerta laranja em cinco regiões da Inglaterra, incluindo Londres.
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T.Bastin--JdB