Journal De Bruxelles - Jihadistas do EI morrem em bombardeios dos EUA na Síria

Jihadistas do EI morrem em bombardeios dos EUA na Síria
Jihadistas do EI morrem em bombardeios dos EUA na Síria / foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS - AFP/Arquivos

Jihadistas do EI morrem em bombardeios dos EUA na Síria

Uma semana após um ataque que matou três americanos na Síria, os Estados Unidos anunciaram que atingiram na madrugada deste sábado (20) os "redutos" do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), o que causou a morte de cinco dos seus integrantes, segundo uma ONG.

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As forças dos EUA atacaram mais de 70 alvos no centro da Síria nesta sexta-feira (19), informou o Pentágono, no âmbito de uma importante operação militar contra o EI.

Em sua rede Truth Social, o presidente Donald Trump descreveu a ofensiva como uma "represália muito séria" por um atentado recente que matou três americanos no fim de semana passado no país árabe, no sítio arqueológico de Palmira.

Os Estados Unidos "atingiram mais de 70 alvos em várias localidades do centro da Síria com aviões de combate, helicópteros de ataque e artilharia", afirmou o Comando Central de Estados Unidos (Centcom) em comunicado.

"A operação utilizou mais de 100 munições de precisão contra infraestruturas e depósitos conhecidos de armamentos do Estado Islâmico", acrescentou o Centcom.

Também afirmou que, desde o ataque em Palmira, forças americanas e aliadas "realizaram dez operações na Síria e no Iraque que resultaram na morte ou detenção de 23 efetivos terroristas", sem especificar a que grupos pertenciam.

- 'Incursão israelense' -

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, informou neste sábado que pelo menos cinco membros do EI, incluindo o líder de uma célula, morreram nos ataques americanos.

O diretor da ONG, Rami Abdel Rahman, disse à AFP que os supostos membros do EI morreram na província de Deir Ezzor, no leste do país, e que a célula bombardeada era responsável por operar drones na região.

Os ataques ocorreram em Homs, Raqa e Deir Ezzor, segundo uma fonte da segurança.

Na vizinha Jordânia, autoridades disseram ter oferecido apoio a essa operação, destinada a "impedir que organizações extremistas explorem" o sul da Síria para lançar atentados. O Exército jordaniano expressou preocupação com "a reconstrução das forças" do EI.

Israel, que também faz fronteira com a Síria, afirmou que deteve na última quarta-feira, no sul desse país, um "suposto terrorista afiliado" ao EI, que foi transferido para Israel. A agência oficial de notícias da Síria informou sobre uma "incursão israelense" no mesmo dia em "várias aldeias" da região fronteiriça de Quneitra, mas não mencionou nenhuma detenção.

- Tropas dos EUA na Síria -

Os americanos mortos em Palmira eram os sargentos da Guarda Nacional de Iowa, William Howard e Edgar Torres Tovar, além de Ayad Mansoor Sakat, um civil de Michigan que trabalhava como intérprete.

O ataque do último dia 13 foi realizado por um membro das forças de segurança sírias, o que deixou o governo de Damasco - que busca estreitar laços com os Estados Unidos e aderiu à coalizão internacional contra o jihadismo - em uma situação delicada. Autoridades sírias declararam que o autor do ataque estava prestes a ser destituído, devido aos seus "ideais islamitas extremistas".

Trump, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, Dan Caine, acompanharam na quarta-feira a comitiva de soldados que recebeu, nos Estados Unidos, os três caixões dos mortos.

O ataque contra tropas americanas na Síria foi o primeiro incidente desse tipo desde a queda de Bashar al-Assad em dezembro do ano passado.

O efetivo americano atacado apoiava a Operação Inherent Resolve, uma coalizão internacional para combater o EI, que se apoderou de amplas faixas de território sírio e iraquiano em 2014.

Os jihadistas foram finalmente derrotados por forças locais em terra, respaldadas por bombardeios aéreos internacionais, mas o EI continua presente na Síria, especialmente no vasto deserto do país.

Trump tem sido cético quanto à presença de Washington na Síria. O Pentágono anunciou em abril que os Estados Unidos reduziriam à metade o número de efetivos americanos, enquanto seu enviado para a Síria, Tom Barrack, disse em junho que Washington acabaria reduzindo suas bases no país a uma.

J.M.Gillet--JdB