China reautorizará algumas exportações à Europa da fabricante de chips Nexperia
O Ministério do Comércio da China afirmou, neste sábado (1º), que considera isentar alguns chips da Nexperia da proibição de exportação para a Europa, imposta em meio a uma disputa com as autoridades holandesas que alarmou a indústria automotiva.
Essa fornecedora global de componentes eletrônicos está no centro de um impasse entre a China e os Países Baixos, que tem deixado as montadoras receosas de uma escassez de chips.
"Vamos analisar cuidadosamente a situação real das empresas e conceder isenções às exportações que atendam aos critérios", disse um porta-voz do Ministério do Comércio em um comunicado.
A Alemanha, maior potência automotiva da Europa, com grupos como Volkswagen, Mercedes e BMW, saudou os sinais "positivos".
"As últimas notícias da China constituem indícios iniciais positivos de uma redução das tensões", disse um porta-voz do Ministério da Economia alemão à AFP neste sábado, ressaltando, no entanto, que ainda é necessário fazer uma "avaliação completa" das implicações do anúncio.
A retomada dos envios de chips faz parte de um acordo comercial entre o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo americano, Donald Trump, após negociações na Coreia do Sul na quinta-feira, informou o The Wall Street Journal, citando fontes anônimas.
A empresa, sediada nos Países Baixos, foi adquirida em 2018 por uma empresa chinesa. No entanto, no final de setembro, o governo holandês assumiu o controle efetivo da Nexperia, alegando razões de segurança nacional.
Em resposta, Pequim proibiu a reexportação dos produtos da empresa da China para a Europa, gerando preocupação entre as montadoras.
A China criticou neste sábado "a interferência inadequada do governo holandês nos assuntos internos das empresas", o que, segundo Pequim, levou "ao caos atual na cadeia de suprimentos global".
A Nexperia produz tecnologias relativamente simples, como diodos, reguladores de tensão e transistores, mas que são cruciais para a indústria automotiva.
A ACEA, associação europeia de lobby automotivo, alertou no mês passado que a produção seria severamente afetada.
"Sem esses chips, os fornecedores automotivos europeus não podem fabricar as peças e os componentes necessários para abastecer as montadoras", afirmou a associação.
Os chips da Nexperia, embora amplamente utilizados, não são "exclusivos" em termos de tecnologia, portanto são "facilmente substituíveis", afirmou a fabricante francesa de autopeças OPmobility.
A Nexperia fornece 49% dos componentes eletrônicos usados na indústria automotiva europeia, segundo o jornal financeiro alemão Handelsblatt.
H.Raes--JdB