Journal De Bruxelles - Após dois anos de incerteza, pais de soldado israelense o sepultam

Após dois anos de incerteza, pais de soldado israelense o sepultam
Após dois anos de incerteza, pais de soldado israelense o sepultam / foto: JOHN WESSELS - AFP

Após dois anos de incerteza, pais de soldado israelense o sepultam

Depois de dois anos de incerteza devido ao sequestro de seu filho, os pais do soldados israelense Tamir Nimrodi puderam enterrá-lo nesta quinta-feira (16), após seu corpo ser devolvido como parte do acordo de cessar-fogo com o Hamas.

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Nimrodi, que tinha 18 anos no momento do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, estava cumprindo seu serviço militar em uma base perto da passagem de Erez, na fronteira de Gaza, quando foi capturado.

Desde então, foi um dos poucos reféns dos quais nunca se teve prova de vida.

Seu corpo foi repatriado na terça-feira (14), como parte do acordo de trégua entre Israel e Hamas, mediado pelo presidente americano Donald Trump.

"Quantas vezes falei de você, quantas vezes contei sua história, quantas vezes gritei... e agora não encontro palavras", disse seu pai, Alon Nimrodi, com a voz trêmula junto ao seu túmulo.

Antes do enterro, soldados israelenses marcharam diante do caixão no cemitério militar de Kfar Saba, no centro de Israel.

"Tamir, meu filho, nunca me opus a que você se alistasse", disse seu pai. "Depois que os monstros te sequestraram (...) eu disse à sua mãe: É melhor que o tenham levado e não o matado'. Como eu estava enganado".

Tamir Nimrodi, o mais velho de três irmãos, foi capturado "de pijama e desarmado", segundo relatou sua mãe à AFP. Ele conseguiu enviar uma breve mensagem sobre o lançamento de foguetes antes de ser levado junto com outros dois soldados.

Desde então, sua família participou de manifestações e campanhas públicas exigindo que o governo priorizasse a liberação dos reféns, enquanto esperavam algum sinal de vida de Tamir.

Contendo as lágrimas, seu pai dirigiu uma mensagem direta às autoridades israelenses: "Vocês têm a responsabilidade de fazer tudo o que for possível até que o último refém retorne!".

O Hamas e seus grupos aliados ainda retêm os restos mortais de 19 reféns em Gaza. No dia do ataque, os militantes sequestraram 251 pessoas e as levaram para o enclave. A maioria foi libertada no âmbito de três tréguas.

R.Michel--JdB