Journal De Bruxelles - Procuradora-geral dos EUA acusa migrantes de fazer 'o trabalho dos cartéis'

Procuradora-geral dos EUA acusa migrantes de fazer 'o trabalho dos cartéis'
Procuradora-geral dos EUA acusa migrantes de fazer 'o trabalho dos cartéis' / foto: SAUL LOEB - AFP

Procuradora-geral dos EUA acusa migrantes de fazer 'o trabalho dos cartéis'

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, acusou nesta terça-feira (15) os migrantes em situação irregular de fazerem "o trabalho dos cartéis" de drogas.

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O presidente republicano Donald Trump declarou guerra à migração ilegal e ao narcotráfico, especialmente ao contrabando de fentanil.

Trump, que declarou os cartéis como organizações "terroristas" globais, acusa o México de não fazer o suficiente para combater o tráfico deste opioide sintético que causou quase 50 mil mortes por overdose em 2024 nos Estados Unidos.

Sua secretária de Justiça e procuradora-geral vinculou nesta terça-feira a migração ilegal ao narcotráfico durante uma coletiva de imprensa onde apresentou os últimos apreensões de entorpecentes.

Desde janeiro, a agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA) retirou "este veneno de nossas ruas a um ritmo histórico" com a apreensão de mais de 44 milhões de pílulas de fentanil, 2 mil quilos de pó de fentanil e mais de 29 mil quilos de metanfetamina, detalhou.

"Em muitos casos, os migrantes ilegais estão fazendo o trabalho dos cartéis em nossas comunidades", acusou Bondi.

Segundo o centro de análise Insight Crime, outrora "se costumava usar os migrantes para transportar pacotes de maconha". "Já não é o caso devido ao aumento de drogas mais rentáveis", como a cocaína e o fentanil, afirmou a fundação em 2022.

De acordo com um estudo publicado pelo Instituto CATO, "em 2021, 86,3% dos traficantes de fentanil condenados eram cidadãos americanos", que estão "sujeitos a menos controles" nas passagens fronteiriças ou no interior dos veículos.

Bondi citou como exemplo a detenção de um migrante em situação irregular "sentado no banco do passageiro dianteiro de um caminhão que continha mais de 700 libras de metanfetamina", ou seja, mais de 300 quilos.

A procuradora-geral está preocupada com a metanfetamina "em forma de pílulas" que se parecem com medicamentos prescritos.

"Pode não matar imediatamente, mas pode torná-lo tão dependente da metanfetamina que pode destruir sua vida", declarou.

É "uma tendência preocupante", comentou na coletiva de imprensa o diretor interino da DEA, Robert Murphy, que destacou que os cartéis estão mirando os estudantes universitários.

Foram apreendidos mais de 300 quilos de metanfetamina escondidos "em uma carga de pepinos que cruzou a fronteira mexicana", afirmou.

Também o preocupa a apreensão de 10 quilos de carfentanil na Califórnia.

"É assustador, é uma grande quantidade" porque esse tipo de droga "não pode chegar às ruas", afirmou Murphy.

O carfentanil, usado por veterinários para sedar elefantes, é 100 vezes mais potente que o fentanil e potencialmente fatal em doses microscópicas.

E.Goossens--JdB