Journal De Bruxelles - Ex-alto executivo do WhatsApp processa empresa por falhas de segurança

Ex-alto executivo do WhatsApp processa empresa por falhas de segurança
Ex-alto executivo do WhatsApp processa empresa por falhas de segurança / foto: Kirill KUDRYAVTSEV - AFP

Ex-alto executivo do WhatsApp processa empresa por falhas de segurança

Um ex-alto executivo de segurança do WhatsApp apresentou nesta segunda-feira (8) uma ação federal alegando que a empresa violou sistematicamente regulamentos de cibersegurança e que sofreu retaliação da companhia por denunciar essas falhas.

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Attaullah Baig, chefe de segurança do WhatsApp entre 2021 e fevereiro de 2025, afirma que cerca de 1.500 engenheiros tiveram acesso livre a dados dos usuários sem supervisão adequada.

A prática denunciada por Baig poderia violar uma ordem de 2020 do governo dos Estados Unidos, que naquele ano impôs uma multa de 5 bilhões de dólares, cerca de 27,1 bilhões de reais, pelo escândalo da Cambridge Analytica.

A ação, apresentada a um tribunal federal de São Francisco, alega que a empresa matriz, Meta, não implementou medidas básicas de cibersegurança em sua plataforma de mensagens instantâneas.

Além disso, o processo aponta que Baig descobriu, por meio de testes internos de segurança, que os engenheiros do WhatsApp poderiam "mover ou roubar dados dos usuários" sem serem detectados e sem deixar rastros.

Baig afirma que comunicou repetidamente suas preocupações a altos executivos da empresa, incluindo o diretor do WhatsApp, Will Cathcart, e o presidente da Meta, Mark Zuckerberg.

Além disso, ele denuncia que enfrentou represálias crescentes por seus relatórios iniciais em 2021, como avaliações de desempenho negativas, advertências verbais e, finalmente, demissão em fevereiro de 2025 por "baixo desempenho".

A Meta negou as acusações.

"Infelizmente, esta é uma estratégia habitual: um ex-funcionário é demitido por baixo desempenho e depois faz afirmações distorcidas que deturpam o trabalho árduo contínuo de nossa equipe", disse o vice-presidente de comunicações do WhatsApp, Carl Woog, em um comunicado.

"Nos orgulhamo de consolidar nossa sólida trajetória na proteção da privacidade das pessoas", acrescentou Woog.

A empresa insistiu que Baig deixou a empresa por baixo desempenho, uma versão confirmada independentemente por engenheiros seniores.

O WhatsApp também alegou que a descrição que Baig fez de si mesmo como chefe de segurança exagerava suas funções dentro da empresa, onde era um engenheiro de nível baixo.

Em 2020, a Meta aceitou um acordo com o governo após o escândalo de Cambridge Analytica, que envolveu a coleta indevida de dados de 50 milhões de usuários do Facebook.

D.Verheyen--JdB