

Governo de Cuba diz que situação do sistema elétrico é grave
O governo de Cuba reconheceu nesta quarta-feira que a situação do sistema elétrico do país é grave, com "longas horas de apagão" devido ao mau estado de suas usinas termoelétricas, à falta de financiamento para o seu reparo e à escassez de combustível.
"A situação é grave neste momento, muito difícil, longas horas de apagão", disse o diretor da Unión Eléctrica de Cuba (UNE), Alfredo López, em um programa da TV cubana.
Nas últimas semanas, os cubanos enfrentaram cortes de energia de até 21 horas por dia em algumas províncias da ilha, cujo sistema elétrico produz apenas 45 gigawatts dos 63 que ela consome diariamente, informou López.
"A complexidade dos apagões é extrema", disse o vice-ministro de Minas e Energia Argelio Jesús Abad, que também participou do programa. Os dois explicaram que a situação atual se deve a reparos simultâneos realizados em diversas usinas termoelétricas, à falta de financiamento para essas manutenções à escassez de combustível.
Abad enfatizou que contribui para o déficit energético o fato de Cuba não ter "acesso a financiamentos" devido ao endurecimento do embargo imposto pelos Estados Unidos à ilha desde 1962.
Em profunda crise econômica há mais de quatro anos, Cuba possui um sistema elétrico precário, que entrou em colapso em março pela quarta vez em menos de seis meses. Segundo autoridades, a demanda de energia aumentou nos últimos dias, devido às altas temperaturas.
A estação meteorológica de Casablanca, em Havana, registrou ontem 38°C, um recorde para o mês de maio, segundo o Instituto de Meteorologia. Diante dessa emergência, o governo busca instalar cerca de 51 parques solares com tecnologia chinesa até janeiro de 2026.
O.Meyer--JdB