Journal De Bruxelles - Quadro de Renoir, 'obra-prima da intimidade', é apresentado para leilão em Paris

Quadro de Renoir, 'obra-prima da intimidade', é apresentado para leilão em Paris
Quadro de Renoir, 'obra-prima da intimidade', é apresentado para leilão em Paris / foto: Alain JOCARD - AFP

Quadro de Renoir, 'obra-prima da intimidade', é apresentado para leilão em Paris

Uma pintura do pintor francês Pierre-Auguste Renoir que retrata seu filho Jean Renoir e sua babá, uma "obra-prima da intimidade", foi apresentada nesta quinta-feira (16) em Paris e será leiloada em 25 de novembro.

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Intitulada "A Criança e Seus Brinquedos – Gabrielle e o Filho do Artista, Jean", esta pintura "está estimada entre 1 milhão e 1,5 milhão de euros, de forma muito razoável", disse à AFP Christophe Joron-Derem, leiloeiro responsável pela venda na casa de leilões Drouot.

A tela a óleo, de 54 x 65 cm, retrata Jean Renoir, o segundo filho do pintor e futuro cineasta renomado, sentado no colo de sua babá, Gabrielle Renard, enquanto brinca com estatuetas.

Trata-se de uma "obra-prima da intimidade" do pintor, disse Joron-Derem, apresentando-a como uma pintura rara.

"Sabe-se que apenas dois temas foram pintados dessa maneira por Pierre-Auguste Renoir. Uma pintura muito semelhante está no acervo da Galeria Nacional de Arte, em Washington", acrescentou.

"Este quadro é uma obra muito, muito importante devido ao seu formato e à época em que foi pintado. Demonstra verdadeiramente o perfeito domínio de Renoir sobre sua arte", disse Pascal Perrin, historiador da arte especializado no pintor.

Pintado entre 1890 e 1895, o quadro pertenceu a Jeanne Baudot, única aluna e amiga íntima do artista. Ela o guardou até sua morte em 1957, em sua casa em Louveciennes, nos arredores de Paris, onde Renoir havia montado seu ateliê.

A obra foi posteriormente legada ao seu "filho espiritual" Jean Griot — membro da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial e membro do gabinete do general de Gaulle, e posteriormente editor do jornal Le Figaro na década de 1970 — antes de ser preservada por seus herdeiros até sua morte em 2011.

"É uma pintura que nunca saiu da família, que nunca havia sido vista e que nem sequer constava nos arquivos de Wildenstein", uma referência importante no mundo da arte, afirmou o leiloeiro.

A tela já foi autenticada e recebeu um número de referência para constar no inventário oficial do pintor.

R.Cornelis--JdB