Journal De Bruxelles - Líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, morre aos 80 anos

Líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, morre aos 80 anos
Líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, morre aos 80 anos / foto: Yasuyoshi CHIBA - AFP/Arquivos

Líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, morre aos 80 anos

Raila Odinga, líder opositor queniano e candidato à presidência em cinco eleições, faleceu aos 80 anos, durante uma visita à Índia, anunciaram as autoridades nesta quarta-feira (15).

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Conhecido como "baba" (papai em suaíli), o opositor era uma figura crucial da tribo luo, a segunda mais importante do país, e enfrentou a prisão e o exílio por lutar contra o regime de partido único no Quênia.

O superintendente adjunto de polícia do estado indiano de Kerala (sul), Krishnan M., explicou à AFP que Odinga "caiu de repente" na rua e foi levado para um hospital, onde a morte foi declarada.

A morte de Odinga foi confirmada à AFP por um colaborador do político e por um porta-voz do hospital Sreedhareeyam Ayurvedic Eye Hospital, que mencionou "dificuldades respiratórias".

O presidente queniano, William Ruto, decretou sete dias de luto nacional e anunciou que Odinga terá um funeral de Estado. Ele foi "um dos maiores filhos da África e um gigante da democracia", afirmou o chefe de Estado.

Nascido em 7 de janeiro de 1945, Odinga foi preso diversas vezes e viveu no exílio durante a presidência autocrática de Daniel Arap Moi (1978-2002).

Odinga foi eleito deputado em 1992 e candidato à presidência em 1997, 2007, 2013, 2017 e 2022.

Entre 2008 e 2013, ele exerceu o cargo de primeiro-ministro durante a presidência de Mwai Kibaki, consequência de um acordo de divisão de poder para conter a explosão de violência após as eleições de 2007, nas quais Odinga denunciou fraude.

O resultado das eleições, contestado pela oposição, desencadeou um episódio de violência entre as tribos luo e kalenjin e a comunidade kikuyu, à qual Kibaki pertencia, que provocou mais de 1.100 mortes.

Após a divulgação da notícia do falecimento, centenas de simpatizantes de Odinga se reuniram diante de sua residência em Nairóbi e alguns gritavam "Baba".

"Como vamos sobreviver sem ele? Estamos em choque", declarou à AFP Anima Ferrari, chefe de protocolo de Odinga, com lágrimas nos olhos.

T.Bastin--JdB