Journal De Bruxelles - Caetano, Gil e Chico Buarque vão liderar protesto contra PEC da Blindagem

Caetano, Gil e Chico Buarque vão liderar protesto contra PEC da Blindagem
Caetano, Gil e Chico Buarque vão liderar protesto contra PEC da Blindagem / foto: Pablo PORCIUNCULA - AFP

Caetano, Gil e Chico Buarque vão liderar protesto contra PEC da Blindagem

Três ícones da MPB, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, se apresentarão no próximo domingo (21), durante um protesto na praia de Copacabana contra a chamada PEC da Blindagem, que busca proteger parlamentares de serem processados criminalmente e que gerou indignação no Brasil.

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Na terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC), que exige que o Congresso autorize, por meio do voto secreto, qualquer acusação penal contra deputados e senadores.

Os cantores e compositores, todos octogenários e com décadas de ativismo político, vão liderar as manifestações que serão realizadas em mais de uma dúzia de cidades do País contra o que os críticos denominaram de "PEC da Bandidagem".

Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a proposta "tem um efeito cascata importante: pode haver uma infiltração do crime organizado nos Parlamentos, que é algo que muito me preocupa", segundo advertiu em declarações ao jornal O Globo.

A indignação cresceu na quarta-feira, quando os deputados aprovaram dar caráter de urgência ao Projeto de Lei da Anistia, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado na semana passada a 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado.

No Instagram, Caetano Veloso disse que a iniciativa do Congresso em ambas os temas "não pode ficar sem resposta por parte da população brasileira". "Precisamos ir às ruas", conclamou.

A estrela do funk Anitta também se somou à convocação para as manifestações, pedindo a seus 63 milhões de seguidores no Instagram para imaginar "ser assassinados e que seu assassino não pudesse ser processado sem autorização de seus colegas".

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos - PB), defendeu a PEC como uma proteção contra abusos judiciais.

Quando uma norma semelhante esteve vigente entre 1988 e 2001, segundo o portal de notícias G1, apenas um legislador foi processado enquanto 250 solicitações do Supremo Tribunal Federal (STF) foram recusadas.

"Chega de impunidade. Parlamento sem vergonha", diz a mensagem que circula maciçamente nas redes sociais convocando os protestos.

A PEC, assim como o PL da Anistia para os bolsonaristas condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e que poderia beneficiar o próprio ex-presidente, enfrenta resistência no Senado.

O presidente Lula prometeu vetar o PL da Anistia e disse que a PEC da Blindagem "não é uma coisa séria" com a qual os legisladores deveriam se ocupar.

O.Meyer--JdB