

Juiz dos EUA revoga duas sentenças de absolvição por corrupção na Fifa
Uma corte de apelações dos Estados Unidos anulou, nesta quarta-feira (2), as absolvições de um ex-executivo argentino da 21st Century Fox e da empresa Full Play em um megacaso de corrupção na Fifa, que eclodiu em 2015.
O escândalo, conhecido como "Fifagate", começou naquele ano com uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA e operações policiais em Zurique, Suíça, em busca de vários dirigentes da Fifa envolvidos em um vasto esquema de corrupção dentro das confederações Sul-Americana (Conmebol) e da América do Norte (Concacaf).
A decisão anula a sentença da juíza Pamela Chen de 1º de setembro de 2023, que anulou as condenações de Hernán López, executivo da 21st Century Fox, e da agência argentina de marketing esportivo, por pagamento de propina a dirigentes do futebol sul-americano em negociações sobre direitos de transmissão e marketing.
"Consideramos que o tribunal distrital errou ao concluir que a conduta dos réus não se enquadrava no escopo da lei 1346. Portanto, anulamos as decisões do tribunal distrital", conclui a corte de apelações do segundo circuito, que "devolve" o caso para "que haja novos processos de acordo com este parecer".
Em 9 de março de 2023, um júri popular considerou López e a Full Play culpados de fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro em relação a um esquema para subornar executivos da Fifa, Conmebol e, no caso da Full Play, da Concacaf.
Segundo essa decisão, López enfrentaria uma pena de até 40 anos de prisão e milhões de dólares em multas.
A Full Play, de propriedade dos argentinos Hugo e Mariano Jinkis, também foi condenada a pagar altas multas.
No entanto, aplicando uma decisão da Suprema Corte, que determinou que a fraude eletrônica não se aplicava ao suborno comercial no exterior, a juíza anulou essa condenação, assim como a condenação por lavagem de dinheiro com base nesses subornos.
O julgamento deixou claro que os principais beneficiários do esquema de subornos eram seis dos homens mais poderosos do futebol sul-americano.
Entre eles estavam o ex-presidente da Conmebol Nicolás Leoz, falecido em 2019; o poderoso ex-técnico do futebol argentino Julio Grondona, falecido em 2014; e o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.
A investigação levou a uma série de prisões, inclusive de funcionários da sede da Fifa, em Zurique, assim como a processos, condenações e declarações de culpa.
R.Vandevelde--JdB