

Júri do caso 'Diddy' encerra primeiro dia de deliberações
O júri do caso Sean "Diddy" Combs concluiu, nesta segunda-feira (30), o primeiro dia de deliberações sem decidir se o magnata da música construiu uma rede criminosa em que supostamente forçava mulheres a ter relações sexuais com terceiros sob o efeito de drogas.
Os oito homens e quatro mulheres do júri receberam por mais de duas horas instruções do juiz Arun Subramanian sobre como a lei se aplica às provas apresentadas pela acusação. Após passarem o dia reunidos, eles não anunciaram um veredito.
O júri deve chegar a uma decisão unânime sobre cada uma das cinco acusações que colocaram Diddy no banco dos réus: conspiração para extorsão, tráfico sexual por força, fraude ou coerção, transporte para fins de prostituição (as duas últimas acusações são semelhantes para duas vítimas).
Os jurados vão se basear nos depoimentos das 34 testemunhas que depuseram no julgamento de quase dois meses, assim como em milhares de registros telefônicos, financeiros e de e-mail apresentados pela acusação. Diddy, 55 anos, pode pegar prisão perpétua se for condenado.
A defesa alegou que as mulheres que agora o acusam, que participaram de orgias sexuais com profissionais do sexo pagos e organizadas pelo magnata, eram adultas e tomaram suas próprias decisões. Duas das denunciantes — a cantora Casandra "Cassie" Ventura e outra ex-parceira que testemunhou sob um pseudônimo — tinham relacionamentos de longa data com o fundador da Bad Boy Records.
- 'Não é um deus' -
A defesa trabalhou para minar sua credibilidade, alegando que elas o fizeram por dinheiro e prazer, e refutou a acusação mais grave, de crime organizado.
A promotoria apontou que Diddy se sentia "intocável". "O réu nunca pensou que as mulheres de que ele abusou teriam a coragem de dizer em voz alta o que ele lhes havia feito". "Isso acaba neste tribunal. O réu não é um deus", disse a promotora em suas alegações finais.
O advogado de Diddy ressaltou que ele era "um empresário negro bem-sucedido e autodidata". Embora tenha reconhecido que os relacionamentos do rei do hip-hop com suas ex-parceiras eram "complicados" e envolviam violência doméstica, ele não é acusado disso.
Embora pouco ortodoxas, as relações sexuais eram consentidas, enfatizou o advogado.
Diddy prestou depoimento, nem era obrigado a fazê-lo. A defesa não apresentou nenhuma testemunha, o que é comum em julgamentos criminais, uma vez que cabe à acusação provar a culpa do réu.
E.Goossens--JdB